sexta-feira, 15 de outubro de 2010

independencia da america espanola

A INDEPENDÊNCIA NA
AMÉRICA ESPANHOLA
O processo da independência das colônias americanas deve ser entendido dentro do contexto da crise do antigo sistema colonial.
Podemos destacar os seguintes fatores, que, conjugados, contruibuíram para o processo de emancipação das colônias espanholas da América:
• O desenvolvimento industrial inglês: com a Revolução Industrial, a Inglaterra tornara-se a principal nação exportadora de produtos manufaturados. Por isso, os ingleses estavam interessados em apoiar os movimentos emancipaniocionistas.
• O desenvolvimento das colônias: gerava o aparecimento de novas camadas sociais, de núcleos urbanos e de quadros administrativos.
• A desigualdade de tratamento: favorecia os “chapetones” (nascidos na Espanha) e prejudicava os “criollos” (brancos nascidos na América). A aristocracia crioula, poderosa economicamente, porém, barrada nas possibilidades de progresso social e político, vai lutar para romper com a metrópole que a explorava.
• A política fiscal extremamente severa.
• A influência das idéias iluministas: foi muito grande junto aos intelectuais “criollos”. É evidente que houve exceções, sendo Bolívar o maior exemplo.
• O exemplo da Independência dos Estados Unidos - A influência das idéias americanas foi muito grande. Os textos violentos de Thomas Paine contra o Pacto Colonial eram difundidos às escondidas.
• A invasão da Espanha pelas tropas de Napoleão - O rei da Espanha foi deposto e no lugar dele foi colocado José Bonaparte, irmão de Napoleão. Nas colônias, os criollos declararam-se fiéis ao monarca deposto. Porém, ao mesmo tempo que afirmavam a sua lealdade, faziam uma série de exigências (liberdade de comércio, igualdade entre chapetones e criollos e autonomia) que colocavam em risco todo o sistema colonial. Os Cabildos (órgãos equivalentes às Câmaras Municipais do Brasil) passaram a depor as autoridades metropolitanas. O Império Colonial Espanhol esfacelava-se.



BOLIVARISMO
O Bolivarismo representa a visão pan-americana concebida por Simón Bolívar (1783-1830), venezuelano que dirigiu a luta pela independência da Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia e Equador.
Defendeu a necessidade de união face a possível contra-ofensiva da Espanha, apoiada na Santa Aliança.
Em 1814, quando, como libertador da Venezuela, enviou a circular que condicionou a liberdade dos novos Estados ao que ele chamou de “união de toda a América do Sul em um único corpo político”, surgindo assim, a Grã-Colônia (1819) que em 1830 fragmentava-se em 3 Estados: Venezuela, Equador e Colômbia.

CAUDILHISMO
Regime autoritário, aparentemente acima das classes sociais, dominado por um líder rural (militar ou civil) e por uma burocracia que desfrutava de uma independência relativa, o que lhe permitia contar com a classe dominante. Seu objetivo era a conservação da ordem e da hierarquia social. Representava um estado de transição entre o poder metropolitano e o poder nacional, um precário equilíbrio de forças entre as classes sociais. Estas acumulavam forças até que uma delas assumia a hegemonia política.
Distinguimos dois tipos de caudilhismo: o progressista (liberal) apoiava-se no movimento popular, ao qual fazia algumas concessões, garantindo o domínio das novas classes proprietárias sobre as oligarquias tradicionais e propiciando uma modernização econômica em proveito das elites e do capital estrangeiro. O conservador, apoiado nos setores tradicionais (Igreja, Exército), reprimia qualquer avanço social das massas, tendo como objetivo a manutenção das estruturas econômicas tradicionais. Na América, em particular no México e na Argentina, alternavam-se essas formas de caudilhismo ao longo do século XIX.

IMPORTANTE!
O caudilhismo opunha-se aos princípios liberais do século XIX, na medida em que era fortemente centralista e intervencionista, discriminava o povo das decisões políticas e pairava acima das instituições jurídicas e políticas. Não criou condições para que as massas populares se organizassem independentemente. O caudilhismo foi o instrumento político que serviu para perpetuação do domínio das oligarquias agrárias.

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