sábado, 13 de agosto de 2011

cOLONIZAÇÃO E ADM.DA AMÉRICA ESPANHOLA

Sistema Colonial
Os principais interesses coloniais dos europeus eram obter metais, pedras preciosas e produtos agrícolas tropicais para comercializar. Entre esses produtos agrícolas destacam-se o açúcar, cultivado principalmente no Nordeste brasileiro, o algodão e o tabaco.
Na América foram estabelecidos dois tipos de colônias: as de exploração e as de povoamento.

Colônias de Exploração - nas regiões tropicais e subtropicais os europeus estabeleceram colônias de exploração. Essas colônias:
- produziam gêneros agrícolas (cana-de-açúcar, algodão, tabaco) para vender na Europa;
- eram constituídas por grandes propriedades, os latifúndios;
- praticavam a monocultura, ou seja, a cultura de um só produto, para exportação;
- usavam trabalho escravo;
- forneciam metais e pedras preciosas;
- permitiam o enriquecimento de aventureiros e comerciantes - que em geral sonhavam em fazer fortuna nas novas terras para depois retornar à uropa;
- eram rigidamente controladas pela metrópole.
O Brasil, o México e todos os outros países da atual América Latina foram colônias de exploração.


• Colônias de Povoamento
Ao contrário da América tropical e subtropical, o Canadá e as treze colônias inglesas da América do Norte (que deram origem aos Estados Unidos) organizaram-se como colônias de povoamento. Suas principais características eram:
- localizava-se em regiões de clima parecido com o europeu, o que permitia produção agrícola semelhante à Europa;
- utilizavam trabalho livre ou com poucos escravos;
- sua produção era feita em pequenas e médias propriedades;
- praticavam a policultura, ou seja, o cultivo de vários produtos, para abastecimento local;
- sofriam menor controle por parte da metrópole, com maior participação dos colonos nas decisões;
- os colonos vinham para ficar, fugindo de perseguições religiosas e políticas ou da pobreza, do desemprego, da falta de terra própria.


A Conquista e Colonização da
América Espanhola
No processo de expansão marítima o interesse da burguesia (ávida de lucros e de segurança para o desenvolvimento da sua atividade econômica) era financiar o processo marítimo-comercial, e o interesse do rei era o de ampliar suas fontes de riqueza para fortalecer o seu poder e consolidar o Estado Nacional.
É neste contexto que a Espanha conquista a América em 1492, transformando este território em colônia para fortalecer o seu poder enquanto metrópole, de acordo com a política econômica do mercantilismo, tendo como preocupação fundamental a manutenção da posse destas colônias.
Assim, o reino espanhol organiza o Sistema Colonial, visando garantir o fornecimento de matérias-primas, gêneros tropicais e metais preciosos e o consumo dos produtos manufaturados pela metrópole, estabelecendo como meta o monopólio comercial sobre as colônias, para atender as necessidades metropolitanas e da burguesia.

A CONQUISTA DA AMÉRICA
Chegando ao novo mundo encontraram povos que viviam em regime de comunidade primitivos que, por não acumularem riquezas, foram expulsos ou massacrados. Já os que possuíam uma organização mais complexa, como Incas, Maias e Astecas, foram subjugados.
Além da insaciável busca de metais preciosos, colaborou para a conquista e conversão dos índios pagãos à verdadeira fé cristã, tendo em vista que os padres da Companhia de Jesus, como soldados de Cristo, buscavam novos cristãos, devido à Reforma Religiosa que a Europa vivenciava nesse momento histórico. A atuação dos jesuítas foi o principal agente ideológico da conquista, que através do batismo, convertiam o nativo, e, com a cruz, reforçavam a crença deste povo, pois era o símbolo de Quetzalcoatl.
Todo o processo de conquista da América, principalmente o México, onde habitavam os Astecas, e o Peru, onde habitavam os Incas, foi extremamente trágico, mesmo sendo povos numerosos e adiantados.



A partir de meados do século XVI, com a descoberta de minas de ouro no México e da prata no Peru, organizaram-se os núcleos mineradores, que requeriam uma grande quantidade de mão-de-obra. Aproveitando-se da elevada densidade populacional da Confederação Asteca e do Império Inca, os exploradores passaram a recrutar trabalhadores indígenas, já acostumados a pagar tributos a seus chefes, sob a forma de prestação de serviços. Para adequar o trabalho ameríndio, foi criado duas instituições: a encomienda e a mita.

ENCOMIENDA: Sistema de trabalho obrigatório, não remunerado, em que os índios eram confiados a um espanhol, o encomendero, que se comprometia a cristianizá-los. Na prática, esse sistema permitia aos espanhóis escravizarem os nativos, principalmente para a exploração das minas.

MITA: Sistema que impunha o trabalho obrigatório, durante um determinado tempo, a índios escolhidos por sorteio, em suas comunidades. Estes recebiam um salário muito baixo e acabavam comprometidos por dívidas. Além disso, poderiam ser deslocados para longe de seu lugar de origem, segundo os interesses dos conquistadores.

REPARTIMIENTO de nativos, entregue a funcionários reais enviados à América, de acordo com sua distinção, recebiam um certo número de servidores.


A escravidão indígena, pela encomienda e pela mita, garantiu aos espanhóis o necessário suprimento de mão-de-obra para a mineração, porém trouxe para as populações nativas desastrosas conseqüências.
O historiador Ruggiero Romano, em sua obra analisa os mecanismos da conquista colonial, valeu-se de uma frase do poeta Pablo Neruda, para sintetizar a relativa facilidade com que os espanhóis destruíram as populações nativas. "A espada, a cruz e a fome iam dizimando a família selvagem."
Frei Bartolomé de Las Casas, assim descreveu a atitude dos espanhóis.

"Os espanhóis com seus cavalos, suas espadas e lanças começaram a praticar crueldades estranhas: entravam nas vilas, burgos e aldeias, não poupando n em as crianças e os homens velhos, nem as mulheres grávidas e lhes abriam o ventre e os fazim em pedaços..."

Dica! Colônia de exploração = PLANTATION



A SOCIEDADE
COLONIAL ESPANHOLA
Na América espanhola, os critérios raciais eram decisivos para definir a posição dos indivíduos na sociedade. Assim, as elites coloniais eram formadas, essencialmente, por indivíduos nascidos na metrópole e que ocupavam os principais cargos na estrutura administrativa que se organizou.

. chapetones - os membros das elites coloniais que gozavam de uma série de privilégios.
. criollos - descendentes de espanhóis, porém nascidos na América. Geralmente, eram proprietários de terras e de minas, dedicando-se também, ao comércio. No entanto, não podiam ocupar cargos administrativos, exceto nos órgãos municipais, como os cabildos (câmaras), por exemplo. Também os comandos militares não podiam ser exercidos pelos criollos.
. Classes inferiores - a massa de índios, mestiços e escravos de origem africana (notadamente nas áreas de agricultura de exportação, como a região das Antilhas, por exemplo).

Estrutura Político-Administrativa
Ao iniciar a colonização, a primeira providência do governo espanhol foi montar uma máquina administrativa. Na estrutura político-administrativa, destacam-se:

• Casa de Contratación: criada em 1503, tinha por finalidade supervisionar as relações marítimas e comerciais entre a América e a Metrópole. Exercia, no setor comercial, a função de Corte de Justiça.
• Conselho das Índias: criado pelo rei D. Fernando em 1511. Composto de oito elementos, era responsável pela preparação das leis e decretos no Novo Mundo.
A extensão territorial da colônia espanhola na América provocou a divisão administrativa em vice-reinados e capitanias gerais:
• Vice-Reinos - se situavam em territórios de grande valor econômico; existiram quatro: o México ou Nova Espanha (incluía o México e regiões da América Central e atual E.U.A.); o do Peru ou Nova Castela (englobando o Peru e partes da Bolívia e do Equador); o de Nova Granada (compreendia a Colômbia, o Panamá e parte do Equador); e o do Rio da Prata (abrangia a Argentina, Uruguai e parte da Bolívia); seus dirigentes supremos, os Vice-Reis, possuíam poderes amplos, mas estavam sujeitos à fiscalização das Audiências;
• Capitanias Gerais - situados em territórios não pacificados ou estrategicamente importantes. As principais foram: Cuba, Guatemala, Venezuela, Chile e Flórida;
•Cabildos, ou Ayuntamientos - eram Câmaras Municipais. Integrados pelos Regedores, eleitos anualmente pelo sistema cooptativo (os que terminavam seus mandatos elegiam os sucessores), possuíam ambições legislativas e judiciárias, cuidando também de todos os assuntos relativos à administração local.
O ouro e a prata eram levados à Europa por galeões pertencentes à Coroa. Além dos metais preciosos, a América espanhola também enviava para a Europa produtos agrícolas, como o milho e o tabaco, cultivados em algumas regiões. Era imposto aos colonos o Quinto.


Controle Espanhol
• os funcionários dos cargos mais importantes eram sempre nascidos na Espanha;
• só era permitido vender mercadorias para a Espanha e só dela se podia importar o que fosse necessário (monopólio);
• os navios que saíam da Espanha e depois voltavam para lá faziam a viagem apenas uma vez por ano; eles navegavam juntos para facilitar a defesa, pois eram constantes os ataques dos piratas, principalmente ingleses e franceses;
• todos os negócios com as colônias só podiam ser realizados através de um porto na Espanha: primeiro Sevilha, depois Cádiz; na América, três portos eram autorizados; Vera Cruz, Porto Belo e Cartagena.

O objetivo disso era impedir o contrabando.

O sistema de porto único vigorou até o final do século XVIII. As mercadorias da metrópole chegavam a esses três portos, sendo depois distribuídas para outras regiões da colônia; os produtos coloniais também eram transportados a esses portos e de lá seguiam rumo a Sevilha.

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